“Eça é do país inteiro!” disse Dalila Rodrigues.
O presidente da Câmara de Baião foi um dos intervenientes na cerimónia de homenagem a Eça de Queiroz, que decorreu em Tormes, Santa Cruz do Douro, no dia 4 de janeiro, com a presença da Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, antecedendo a trasladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional.
Na sua intervenção, o autarca destacou o simbolismo e a importância histórica da trasladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional, “um espaço reservado às figuras que moldaram a identidade e a cultura de Portugal”, enaltecendo a relevância intemporal da sua obra, assim como a sua universalidade e o legado multicultural. “Eça foi e é do mundo”, assegurou, elogiandoo trabalho da Fundação Eça de Queiroz e de outras entidades na promoção e divulgação da sua obra.
A propósito da trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional, Paulo Pereira referiu que “independentemente de uma ou outra opinião divergente, que, quando leal, genuína, e honesta, se pode e deve compreender, cabe-me, enquanto Presidente da Câmara – e com a responsabilidade inerente que tal cargo encerra -, respeitar a vontade manifestada e colaborar para que o simbolismo da cerimónia honre o Escritor, honre a Fundação, e honre Baião”
Expressou ainda a “eterna gratidão a Eça de Queiroz”, frisando que o povo de Baião, “guardião da sua memória, partilha com orgulho o momento de reconhecimento nacional”, disse.
MINISTRA ANUNCIOU APOIO ANUAL DE 75 MIL EUROS À FUNDAÇÃO
A Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, anunciou a atribuição de um apoio anual de 75 mil euros à Fundação Eça de Queiroz (FEQ). “Este apoio assegura que a Fundação continuará a divulgar a obra e o pensamento de Eça de Queiroz, um dos mais brilhantes representantes da nossa cultura literária,” explicou.
Realçou o significado da trasladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional afirmando: “Eça de Queiroz é do país inteiro. Reconhecê-lo no Panteão Nacional é perpetuar o seu lugar na nossa memória coletiva”, apontou a governante.
O presidente da Fundação Eça de Queiroz, Afonso Reis Cabral, destacou o papel da Casa de Tormes como um centro vivo da memória e obra de Eça. “Tormes é a casa de Eça, mas também é um lugar onde a sua visão do mundo continua a ser celebrada e estudada. Este apoio anunciado pela Ministra da Cultura é um passo fundamental para assegurarmos a continuidade deste trabalho,” referiu o trineto do escritor.
A homenagem contou também com a participação de Pedro Delgado Alves, Coordenador do Grupo de Trabalho de Concessão de Honras de Panteão a José Maria Eça de Queiroz, que na sua intervenção, sublinhou o valor simbólico da homenagem. “A trasladação de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional é um tributo justo a uma figura incontornável da literatura portuguesa, que moldou a nossa visão crítica e estética da sociedade” referiu.
Na cerimónia, que incluiu uma visita à Casa de Tormes, que preserva objetos pessoais do escritor, interveio ainda Duarte Azinheira, Vogal da Administração da Imprensa Nacional Casa da Moeda.
Presentes estiveram também, o deputado José Luís Carneiro; Armando Fonseca, presidente da Assembleia Municipal de Baião; vereadores; Regina Duarte, Coordenadora do Plano Nacional de Leitura; Representantes de Municípios que apoiam a Fundação Eça de Queiroz; Paula Carvalhal, Presidente do Conselho de Curadores da FEQ e Vereadora da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia; autarcas em representação dos municípios da região; outros autarcas; Afonso Eça de Queiroz Cabral, ex-presidente da Fundação; Anabela Cardoso, Secretária Executiva da FEQ; escritores e outras individualidades de algum modo ligadas ao universo queirosiano, além de outros apreciadores da obra do escritor.
A trasladação dos restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional decorrerá no dia 8 de janeiro de 2025, em Lisboa, numa sessão solene que contará com a presença de figuras destacadas da política, cultura e sociedade portuguesas.