Decorreu no dia 30 de outubro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), um encontro técnico no âmbito do projeto transfronteiriço PAISACTIVO, intitulado “Políticas de Boas Práticas de Desenvolvimento Rural”.
Este projeto, direcionado para a área da gestão sustentável do território e redução do risco de incêndios terá, entre outras ações, dois projetos-piloto, um deles na aldeia de Almofrela, em Baião, e outro na aldeia galega de Infesta.
O encontro contou com a presença dos parceiros galegos do projeto, bem como de técnicos do Município de Baião e começou com uma visita a lugares emblemáticos do Centro Histórico da cidade invicta, com José Alberto Rio Fernandes, professor catedrático da FLUP e um dos responsáveis pela implementação deste projeto, a fazer uma contextualização histórica do tecido socioeconómico da cidade do Porto.
A Sessão de Abertura ficou a cargo de Telmo Pinto, primeiro secretário da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS) e de Rio Fernandes, que também apresentou alguns casos de sucesso, que já estão a operar neste âmbito, nomeadamente o exemplo de Ostana, em Itália, um projeto muito centrado no capital natural da aldeia.
Em seguida, foi apresentado o Manual de Boas Práticas para a Gestão Ativa do Espaço Rural por José Manuel Rocha, doutorando de Geografia da FLUP, bem como o projeto propriamente dito, por Nieves Rodriguéz, investigadora da Universidade de Santiago de Compostela e por Jorge Blanco, Diretor Adjunto de Promoção Rural e Inteligente da Agência Galega de Desenvolvimento Rural da Galiza.
Destaque ainda para as intervenções de Ester Moreira da Silva, Chefe de Equipa de Políticas Públicas da CIM-TS e Inés Santé, Professora titular do Departamento de Engenharia Agroflorestal da Universidade de Santiago de Compostela, que abordaram, respetivamente, a temática das Smart Villages do Tâmega e Sousa, uma estratégia integrada de desenvolvimento territorial que entronca nos objetivos do PAISACTIVO e a ordenação do território rural da Galiza, que visa recuperar as terras agrícolas em estado de abandono na região, para utilização agrícola, pecuária e florestal, através de um conjunto de apoios que procuram estimular os proprietários à utilização dos terrenos.
A conferência terminou com um debate, moderado por Rio Fernandes, entre os intervenientes e o público, maioritariamente composto por alunos da FLUP.
No dia 6 de novembro, Lugo, na Galiza, acolherá o próximo encontro do PAISACTIVO, com o objetivo de apresentar estas mesmas temáticas ao público galego.
ALDEIA DE ALMOFRELA VAI RECEBER PROJETO-PILOTO EUROPEU
O PAISACTIVO, é um projeto de valorização do território, que vai ao encontro das políticas de desenvolvimento seguidas em Baião e enquadra-se num conjunto de ações locais e regionais que visam a preservação, promoção e desenvolvimento do seu vasto património natural.
Para a aldeia de Almofrela, na União de Freguesias de Campelo e Ovil, está previsto um investimento a rondar os 400 mil euros, que tem como foco principal a sua preservação e dinamização, implementando ações destinadas à resiliência face aos incêndios florestais, além de intervenções infraestruturais no sentido da sua requalificação e embelezamento, promovendo o reforço do sentimento de pertença por parte da comunidade local.
O Albergue de Almofrela irá assumir, também, o papel de Espaço multifuncional de Almofrela, que para além de ser um centro interpretativo da Aldeia e da Serra da Aboboreira, promoverá um conjunto de atividades socioeconómicas que incrementem a identidade e sentido de pertença, não só para os habitantes locais, mas também para todos os baionenses. Também previstos no projeto, entre outros, estão arranjos urbanísticos na envolvência da Capela, e criação de um perímetro de faixa de proteção contra incêndios, onde serão plantadas árvores autóctones.
Com um investimento global de 1,5 milhões de euros, cofinanciado pelo POCTEC – Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça entre Espanha e Portugal, para além da CIM do Tâmega e Sousa e da Câmara Municipal de Baião, este projeto integra mais seis parceiros:
Do lado espanhol, a Agência Galega de Desenvolvimento Rural (AGADER), líder do projeto, a Universidade de Santiago de Compostela, a Fundação Juana de Vega, e o Município de Monterrei, e, do lado português, a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e a Direção-Geral do Território.