21 quilómetros da obra localizam-se no concelho de Baião
Foi publicado no dia 13 de janeiro, no portal da contratação pública, o contrato da empreitada de Eletrificação da Linha do Douro entre o Marco e a Régua. A obra, adjudicada pela Infraestruturas de Portugal (IP) a um consórcio de empresas, envolve um investimento de 110 milhões de euros e tem prazo de execução de 1.095 dias (3 anos), conforme estipulado no contrato assinado em novembro de 2024. A empreitada abrange um troço de 47 quilómetros, dos quais 21 pertencem ao concelho de Baião.
Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal, acolheu a notícia “com muita satisfação. Inaugurámos, recentemente, a qualificação da EN 304-3, e arrancarão, por estes dias, a primeira fase da ligação de Baião à Ponte da Ermida, bem como a ligação entre Quintã e Mesquinhata. A Eletrificação da Linha do Douro até à Régua era a obra que estava a faltar, representando um marco importante para Baião e para a região”, referiu.
“Não sendo da nossa competência direta, todos sabem das muitas diligências e da pressão que fizemos junto de vários governantes e outras entidades para que estas obras se concretizassem. Houve muita gente que não acreditava que fosse possível e que era apenas propaganda. Mas nós nunca desistimos”, afirmou.
O autarca considera que a eletrificação da linha é “fundamental para melhorar a mobilidade, o conforto, a segurança e a qualidade de vida das populações, bem como para reforçar a atratividade e o desenvolvimento económico de Baião”.
GRANDES DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O TERRITÓRIO
O edil destaca ainda a relevância da intervenção no contexto do turismo sustentável. Segundo estudos encomendados pela IP, o número de passageiros/utilizadores da Linha do Douro poderá crescer 104% até 2051. Neste cenário, o presidente da autarquia sublinha os “grandes desafios e oportunidades que serão decisivos para o território”.
O AVANÇO DO PROJETO
O concurso público para a eletrificação da Linha do Douro foi lançado em junho de 2023, com um orçamento inicial de 118 milhões de euros. Após várias prorrogações nos prazos de submissão de propostas, a obra foi adjudicada. Atualmente, a eletrificação da linha encontra-se concluída até Marco de Canaveses.
Em setembro de 2023, o então secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, anunciou que os trabalhos no troço Marco de Canaveses–Régua deveriam iniciar-se em 2024, apontando-se a sua conclusão para 2027.
Detalhes da Intervenção:
Entre as principais intervenções previstas destacam-se:
- Eletrificação completa e instalação do sistema de retorno de corrente de tração, terras e proteções (RCT+TP).
- Modernização de estações e apeadeiros, incluindo substituição de materiais de via e alterações nos layouts das linhas.
- Reabilitação de infraestruturas, como túneis e taludes.
Especificações adicionais:
- Estações e apeadeiros serão equipados com cais de passageiros de 150 metros de comprimento e 0,76 metros de altura.
- A Estação da Régua terá um cais de 200 metros, preparado para o serviço Intercidades.
- Intervenções previstas em seis túneis (Juncal, Riboura, Loureiro, Má Passada, Santinho e Régua) e estabilização de 40 taludes.